quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Bernanke vê crescimento reduzido até final do ano, mas não fala em recessão

Por: Camila Schoti
14/02/08 - 20h15
InfoMoney

SÃO PAULO - O Federal Reserve continuará avaliando cuidadosamente o cenário econômico e agirá de forma oportuna à medida que julgar necessário para contribuir com o crescimento e reduzir os riscos à economia norte-americana, afirmou Ben Bernanke, presidente do Federal Reserve, nesta quinta-feira (14).

As expectativas do chairman contemplam o curto prazo ainda marcado por um reduzido avanço do PIB (Produto Interno Bruto) norte-americano, seguido por uma aceleração do crescimento ao final deste ano, em resposta ao pacote fiscal do governo e aos estímulos monetários que o Fed vem implementando.

Não obstante, Bernanke mencionou a possibilidade dos mercados imobiliário e de trabalho continuarem a se deteriorar mais do que o esperado, mas completou que o crescimento das exportações norte-americanas devem compensar, em alguma medida, o desaquecimento da demanda doméstica.

Espera-se, de acordo com o chairman, que o pacote fiscal do governo norte-americano deverá sustentar os gastos dos indivíduos e das empresas durante a segunda metade deste ano e o início do próximo.

Mudança no cenário para inflação complicaria o Fed
"Uma tarefa crítica" foi como Bernanke conceituou a empreitada do Federal Reserve no decorrer deste ano. Isso porque avaliar se suas medidas estão calibradas adequadamente para alcançar suas prioridades - máximo emprego com estabilidade de preços - e se estão tendo resultados satisfatórios não é tarefa fácil, sugeriu o chairman.

Para a inflação, a perspectiva é de que os preços ao consumidor devem mostrar alguma desaceleração frente às taxas recentes, enquanto as expectativas inflacionárias de longo prazo deverão se manter razoavelmente bem ancoradas.

Ainda assim, Bernanke alerta que qualquer tendência de perda do controle das expectativas inflacionárias, ou mesmo no caso de enfraquecimento da credibilidade do Fed no combate à inflação, pode complicar de maneira significativa a manutenção da estabilidade de preços e reduzir a flexibilidade da política monetária, de forma que sua contribuição para o crescimento do país no futuro pode ficar limitada.

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